quarta-feira, 7 de março de 2012

eu tenho em mim todos os sonhos do mundo! 
e como sempre esses sonhos vão sendo afastados para longe de mim. 
estou cansada de confusões. s´quero ficar no meu cantinho, sozinha. eu e o meu mundo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Se perguntarem por mim, digam que voei.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

No cimo da nossa montanha, adeus.

Era de noite. Estivemos juntos.Desci a rua para ir ter contigo. Voei, não te queria deixar à espera. Jantámos e fui para casa. Vesti o pijama, sentei-me no sofá e esperei por ti. Chegaste não muito tempo depois. Durante tanto tempo estivemos na dúvida se o queríamos. Não.Não era sobre querer.Disso, os dois, tínhamos a certeza. A dúvida era a mesma de sempre: será que devíamos? Porque é que o fazíamos? Porque é que se tornava inevitável? O que é que nos unia daquela forma, que anteriormente ambos rejeitámos? No meio de tantas hesitações, de mil perguntas e nenhuma resposta,voltámos a juntar-nos, mais efemeramente que nunca, com uma única ideia na cabeça: aquela dança, aquele café, aquela paragem no tempo durante umas horas, não poderia, nunca mais, voltar a ser dançada, a ser bebido, nem mesmo a parar de novo. Ambos sabíamos que aquele café seria o último que beberíamos juntos. Sabíamos que aquela seria a última vez,que juntos, caminhariamos até ao cimo daquela montanha, onde no topo o tempo parava para nós. Onde juntos nos uniamos, recusando qualquer união entre nós. Onde juntos floríamos. Depressa chegou a hora de partir, e na escada da montanha olhámo-nos nos olhos e percebi, pela primeira vez, que aquele adeus também te doia. sempre quiseste que pensasse o contrário. Naquela noite percebi que também o sentias. Como pararia o tempo de novo? Quem nos encheria o peito? Quem nos faria explodir de alegria?  Esse lugar, esse só nosso lugar, era a partir de hoje, apenas um lugar de memória. Não sei se tua. Mas minha tenho a certeza. Por isso quis escrever isto. Este será o meu lugar de memória de nós. Será o lugar onde todos os dias regressarei para me lembrar desse momento ao pôr-do-sol no cimo da montanha, onde os dois construimos algo que sabiamos não poder ser construido nunca mais. Abracei-te e tu a mim. Beijámo-nos como antes tinhamos dito que não podiamos faszer. Afinal não éramos nada, não fazia sentid. Mas nessa noite isso não importava. Sabiamos que seria a última vez que sentiriamos os lábios um do outro, sabiamos que aquela despedida que tardámos em aceitar, seria pela primeira vez verdadeira. Naquela noite, em muito tempo,senti-te no fundo. E como vou ter saudades, Su. Talvez um dia nos arrependamos de ter descido a montanha e cada um ter seguido caminhos que se distanciaram. Talvez nesse dia seja demasiado longe para voltarmos. Talvez até já tenhamos esquecido o caminho de volta.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Excertos de: Dois corpos tombando na água - Alice Vieira


a língua sobre a pele o arrepio
os teus dedos nas escadas do meu corpo

as lâminas do amor o fogo a espuma
a transbordar de ti na tua fuga

a palavra mordida entre os lençóis
as cinzas de outro lume à cabeceira

da mesma esquina sempre o mesmo olhar:
nada do que era teu vou devolver

--------------------------------------------

entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar

e uma noite a vida
começa a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam vazios

domingo, 18 de setembro de 2011

...

já é de noite e eu espero ansiosamente por ti, sentada no chão ao lado da janela. Olho lá para fora e tudo o que consigo ver da rua são os candeeiros. Imagino-te ali à minha frente, do outro lado da rua. Olhas para mim. Sim és tu. mas na verdade não estás lá. aquela silhueta que vejo é apenas a minha imaginação, fruto das saudades que sinto tuas, fruto da falta que me fazes. 

Porque não voltas simplesmente?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

pressa

Abracei-te como se não houvesse amanhã. No fundo sabia que não havia. Fazia muito frio e há muito tempo que já tínhamos apanhado o comboio para longe.
Na carruagem olhava pela janela. Via, lá fora, o mundo a correr, enquanto eu permanecia parada no tempo. O que seria de nós? O que faríamos nós num mundo tão apressado? Enquanto ali estava, sentada a olha para o mundo, pensava que não queria correr. Mesmo que o mundo corresse, eu não queria correr. Queria andar pelo tempo de mão dada contigo, sem pressa. Queria rebolar na relva, que via do outro lado da janela, contigo. Sem pressa. Aquele mundo que corria, apressado sem lugar para onde correr não era para mim. Não podia viver todos os meus sonhos a correr. Não os podia viver a correr só por que o mundo é apressado. Ou, na realidade, só por que os Homens o  querem viver apressado. Queria aproveitar cada gota daquela chuva que agora caía na janela. Queria falar com cada uma e conhecer a sua vida de gota pequenina. Para isso, não podia ter pressa. Tu estavas sentado à minha frente a dormir. Como poderia eu viver aquele momento a correr? Olhar para ti a dormir era das melhores coisas do mundo. Das coisas que mais paz e calma traziam ao mundo. Com um pequenino sorriso encolheste-te no banco. Com o que estarias a sonhar?  certamente com alguma forma de mudar o mundo. À minha frente sentado a dormir estava um pequenino lutador. Aproveitar todos os momentos contigo não podia ser algo feito com pressa. 
Aquela viagem fez-me ver como desperdiçamos o nosso tempo a correr de um lado para outro e não aproveitamos as coisas pequeninas do mundo, que só podemos ver com calma. Continuava a olhar para a janela, ansiosa por sair do comboio e ir ver o mundo, contigo ao lado, sem pressa de chegar ao fim.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Saudades, montes delas (:

Saudades do sol. :)

Saudades do cheiro a mar, naquelas tardes (poucas, mas perfeitas) na praia.

Saudades do vento que nos batia na cara e nos cobria de sonhos, de desejos, de amores. Sentados naquela marginal, onde tudo era possível. Onde não existiam impossíveis, onde o futuro e o mundo eram nossos.
Saudades daquele vento que nos transformava em pó e nos fazia misturar um com o outro. Que nos fazia voar juntos para lá de tudo e de todos, para lá de nós mesmos. Éramos aquela areia que voava ao sabor do vento, que nos conduzia. Ia-mos para além da passagem para aquele mundo mágico e distante, entre aquelas duas montanhas lá ao fundo, onde o rio e o mar se fundiam num só.

Divagações nostálgicas de quem espera por ti enfiada na toca.

Já chegavas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

[Meu bem como eu vou] Por este rio acima


Por este rio acima
Deixando para trás
A côncava funda
Da casa do fumo
Cheguei perto do sonho
Flutuando nas águas
Dos rios dos céus
Escorre o gengibre e o mel
Sedas porcelanas
Pimenta e canela
Recebendo ofertas
De músicas suaves
Em nossas orelhas
leve como o ar
A terra a navegar
Meu bem como eu vou
Por este rio acima
(...)
Meu sonho
Quanto eu te quero
Eu nem sei
Eu nem sei
Fica um bocadinho mais
Que eu também
Que eu também
meu bem
Por este rio acima
isto que é de uns
Também é de outros
Não é mais nem menos
Nascidos foram todos
Do suor da fêmea
Do calor do macho
Aquilo que uns tratam
Não hão-de tratar
Outros de outra coisa
Pois o que vende o fresco
Não vende o salgado
Nem também o seco
Na terra em harmonia
Perfeita e suave
das margens do rio
Por este rio acima
Meu sonho
Quanto eu te quero
Eu nem sei
Eu nem sei
Fica um bocadinho mais
Que eu também
Que eu também
meu bem
Por este rio acima
Deixando para trás
A côncava funda
Da casa do fumo
Cheguei perto do sonho
Flutuando nas águas
Dos rios dos céus
Escorre o gengibre e o mel
Sedas porcelanas
Pimenta e canela
Recebendo ofertas
De músicas suaves
Em nossas orelhas
leve como o ar
A terra a navegar
Meu bem como eu vou
Por este rio acima

sábado, 1 de maio de 2010

Fotografia de Domingos Martins (Serra do Gerê s/d)


uma chama invisível incendiou-me o peito | qualquer coisa impossível fez-me acreditar

Jorge Palma

sexta-feira, 16 de abril de 2010

a olhar o horizonte...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Um dia ele disse: Sonhos infinitos sonhados e completados sempre no Agora!

Nesse dia eu perguntei: e quando os sonhos se partem? o que fazemos?
e quando o medo entra pelo nariz e corre por todas as veias do nosso corpo? o que fazemos?
em alturas como esta um abraço de vento levantar-me-ia.

Noutro dia eu escrevi: amo-te.

Noutro dia eu esperei uma resposta.

No dia seguinte escrevi mais para ti.

E mais tempo esperei por uma resposta.

Um olá, um beijinho, um sorriso. Qualquer coisa.

Não chegou.

"Quando eu for grande quero ser
 Uma pedra do asfalto
 O que lá estou a fazer
 Só se nota quando falto."

uma coisa que escrevi e não publiquei

Dura a vida alguns instantes

Porém mais do que bastantes
Quando cada instante é sempre

A noite adormecia lentamente fora da janela do meu quarto, enquanto eu, sentada na cama, pensava abstraida da sonolencia da noite, alheada do sono profundo em que o mundo dormia. o que é amar? como sabemos que amamos alguém? como sabemos que o que sentimos é amor? há anos que penso nisto e nunca consegui chegar a uma conclusão definitiva. amar é tanto mais do que sentir. éir para lá do sentir. é de facto não precisar de sentir. mas não me apetece escrever sobre o que é ou não amar. na realidade, apetece-me escrever mas não sei sobre o que. no fundo sobre tudo e sobre nada. sobre a solidão que por vezes se abate sobre mim. sobre a alegria que sinto quando te vejo. sobre a vontade de fugir. sobre a minha ignorância do mundo. Já estive para apagar esta porcaria imensas vezes, mas não sei porquê ainda não fui capaz.
Hoje olho o horizonte como nunca antes tinha olhado.

Hoje o horizonte parece longe.

hoje confundo-me com o horizonte.

terça-feira, 23 de março de 2010

nós














Tanto tempo que passámos um pelo outro sem olhar. Sem perceber. Sem ver. Tanto tempo que nos enganámos.
Foi naquela noite sem fim. Foi naquela tarde, lá para os lados da praia. Foi por esses dias e essas noites que olhámos um para o outro e, finalmente, percebemos.
E como foi bom!
E como é bom ter-te ao meu lado.
E como é bom amar-te.
Na verdade, eramos, e somos, mais antigos que o silêncio.

segunda-feira, 8 de março de 2010

dias*

há dias em que tudo parece perdido. em que tudo parece em vão. dias em que tudo o que desejo é abrir a porta e fugir.
há dias em que quero falar e não posso. dias em que quero explicar e não posso. há dias em que tenho medo. medo de falar. medo olhar. medo de ouvir. dias em não quero ver. dias em que não consigo parar de chorar. há dias...dias..dias...

há dias em que não sei o que fazer.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Pablo Neruda

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

terça-feira, 2 de março de 2010
















que todos os instantes durem para sempre.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

De volta!

Pois é, ao fim de alguns meses, e de um novo blogue falhado, decidi voltar a escrever aqui. Foi aqui que iniciei a escrita parva e tola, muitas vezes sem signofocado, outras com demasiado significado, e por isso decidi voltar "a casa".
ás vezes perdemos o sentido das coisas, deixamos de dar valor a coisas que não deveriamos.`é importante reencontrar essas coisas, esses sentimentos, esse caminho. por isso, volto a este sitio refleto de emoçoes antigas e presentes, esperando escrever emoçoes futuras.

:) abri de novo a porta para entrar...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ao Gato

o gato olha para mim. com ar triste mia.
arranha-me. pede atençao. «Rita, e eu? agora é só joão.» :)

Gato, amor o que fariamos sem as tuas turras na porta, sem os teus miados desesperados e as tuas arranhadelas diabólicas?

Dormiamos mais descansados, mas mais sozinhos.


:)

domingo, 15 de novembro de 2009

Estupidez de sempre volta a atacar

o tempo sentou-se na minha janela. com um ar distante olhava para a rua. Que estará a pensar?
Com todo o tempo ali sentada, à minha janela, não há tempo para mais nada. Não há tempo a perder.
Sentei-me ao lado do tempo. e com o tempo olhei lá para fora para a rua vazia e fria.
Aquela noite, aquelas estrelas, aquele vento.
Estou aqui parada a perder tempo pensei. Dei a mão a tempo e voei.


Voltamos à escrita parva e desconectada de tudo. voltamos assim a uma nova vaga de estupidez e palavras vagas.

Mas sempre com um sorriso (também estúpido) na cara.

E como é bom sorrir estupidamente de nada.

E como é bom rir até não aguentar mais, com cocegas nos pés!




«Sinto intensamente o
Desembrulhar da confusão
Logo que acordo, mesmo
Sabendo que nunca acordei,
Que sempre sonhei»

André.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

...

E a saudade aperta com força...